sexta-feira, agosto 05, 2011

Dupla brasileira garante vaga para Londres 2012 após desempenho em Mundial de Vela Adaptada

O Campeonato Mundial de Vela Adaptada, em Weymouth (Inglaterra), entrou para a história do esporte paraolímpico brasileiro. A competição reuniu os melhores velejadores com deficiência do mundo, entre os dias 30 de junho e 8 de julho. Na classe Skud 18 (tetraplégicos), a dupla verde-amarela garantiu a inédita classificação paraolímpica.

Há dois anos na vela adaptada, a estreante Elaine Cunha, 29 anos, é a primeira mulher a integrar a seleção brasileira. Ao lado do timoneiro Bruno Neves, 25, a atleta velejou pela primeira vez no barco Skud 18. A dupla treina pelo Projeto Superação, no Clube Asbac, na represa de Guarapiranga, em São Paulo.

A conquista de uma das cinco vagas para Londres 2012 disponíveis no Mundial foi comemorada pelo presidente da Confederação Brasileira de Vela Adaptada, Walcles Alencar Osório: "Essa vitória é muito importante para a vela adaptada brasileira. Primeiro porque foi a primeira mulher a competir pelo Brasil e segundo por ser numa classe que ainda não tínhamos competido."

Elaine diz que a experiência na Inglaterra foi diferente, pois a dupla treinava num barco muito simples e numa represa sem correnteza e com vento fraco. "A conquista é uma surpresa para todos nós, principalmente por sermos estreantes e não termos experiência com o barco. Eu e o Bruno nos apaixonamos pela categoria e estamos animados. O Skud 18 nos permitiu um desempenho melhor por ter uma aerodinâmica boa, mais potente, com velas melhores", disse, entusiasmada.

Emoção

Elaine conheceu o esporte adaptado na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), há quatro anos, quando sofreu um acidente de carro. "Aprendi a nadar na associação e lá me apresentaram ao remo adaptado. Fiz um ano e depois conheci minha fisioterapeuta, que também é classificadora funcional. Ela me falou sobre a vela e eu me interessei. Isso aconteceu há dois anos e não esperava que em tão pouco tempo estaria representando o Brasil numa competição tão importante e participando de uma paraolimpíada. Foi muito emocionante", contou Elaine.

Bruno Neves compartilha a alegria de Elaine. Ele começou a treinar há dois anos e está bastante animado com a vitória. "Agora vamos trabalhar para conseguir treinar com o mesmo barco aqui no Brasil. O Mundial foi uma experiência maravilhosa e um desafio enorme. Pegamos vento de 26 nós. Alguns barcos não conseguiram sair, e nós completamos as duas regatas", afirmou o velejador.

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