Cego de nascimento, Dave Clarke é capitão da seleção inglesa de futebol de cegos. Acostumado a treinar com outros deficientes visuais, ele resolveu inovar e chamou os companheiros de escritório, sem deficiência, para uma partida de futebol.
- Acho que eles querem muito ver como eu me saio, mas sei como será. Vai haver um nível de interesse nos primeiros minutos e, depois, será apenas um jogo.
No início tensos em jogar contra uma pessoa com deficiência visual, os amigos do trabalho acabaram impressionados com a habilidade de Dave.
- Eu comecei o jogo preocupado sobre como ia ser com ele, mas, assim que entramos no ritmo, em poucos minutos ficou tudo normal. Ele é fantástico, ele sabe onde estão todos ao seu redor – disse Mark Welling.
Acostumado ao dia a dia com os companheiros de seleção, Dave gosta de inovar e afirma que o jogo contra os videntes é mais emocionante.
- Jogar com quem enxerga aumenta o desafio. Desde que seja com a minha bola, essa é a única concessão de que eu preciso para jogar nessas condições.
O futebol de cegos
No esporte, a audição apurada e a boa percepção espacial são essenciais para uma partida entre deficientes visuais. Conhecido como 'futebol de cinco', a equipe é formada por um goleiro (sem deficiência), um zagueiro, dois meias e um atacante. O time é comandado por dois técnicos: um na lateral do campo e outro atrás do gol. Como cada atleta pode ter um nível diferente de deficiência visual, todos usam vendas durante as partidas para jogar de igual para igual.
- Primeiro, a bola faz sons de chocalho quando se move. Há as placas na lateral para manter a bola em campo e também para ajudar na orientação dos jogadores, que são capazes de identificar sons e ecos gerados nas placas. O que eles mais desenvolvem é a sua capacidade de orientaçãoo e mobilidade, que é a grande diferença do treino de quem enxerga - explica o técnico da seleção inglesa, Tony Larkin
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