Com os olhos fixos no capoeirista, Fabiano dos Santos, de 11 anos, sonha
em reproduzir a ginga do mestre. Ele, que nasceu com paralisia
cerebral, comemora os avanços conquistados desde que passou a participar
das aulas no Centro Integrado de Reabilitação (CEIR). “Eu gosto muito
de jogar capoeira. Só perco quando tenho prova”, garante.
A dona de casa Nirinalva Mendes da Silva trouxe a família toda para assistir à apresentação do filho, Lyedson Matheus, de 4 anos. Sem esconder o orgulho, ela revela que o filho “melhorou muito desde que começou a fazer capoeira no CEIR. Antes, ele não segurava o pescoço e não tinha equilíbrio nenhum. Agora rola e dobra as pernas”. A conquista é motivo de emoção ainda maior quando a mãe lembra que o obstetra não acreditava na sobrevivência do menino após a constatação da doença no parto.
Para o educador físico do CEIR, Childerico Robson, o trabalho desenvolvido com as crianças é fruto de grande satisfação pessoal. “Me sinto realizado em saber que contribuí nem que seja um pouquinho para a melhoria de vida desses meninos e meninas”, frisou. Hoje, ele trabalha a capoeira como instrumento de reabilitação para 16 crianças que recebem tratamento no Centro.
A atividade deste domingo foi mais uma das iniciativas da instituição no sentido de integrar as pessoas com deficiência. Por esta razão, foi realizada junto com o batizado de capoeiristas do grupo Iê Berimbau, que trabalha com a reinserção social de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade da zona sudeste de Teresina.
Para a mãe do Gabriel, Eliane Ferreira, valeu a pena pegar uma carona de onde moram, na Vila do Avião, para ir ao Dirceu ver o filho provar que uma pessoa com deficiência pode jogar capoeira. “Em apenas 5 meses de treinamento ele já melhorou bastante. Antes caía muito e se machucava. Os médicos dizem que ele tem distrofia muscular. Hoje, ele quase não cai mais. É muito bom ver esse progresso”, pontuou.
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